CLAVIS DOMINUS ORÁCULO. Processo criativo

A criação deste oráculo é algo que se tem mostrado um enorme desafio. Talvez note isto mais intensamente visto que a minha ligação mais consistente é ao Tarot. Já tinha sentido a vontade de criar um oráculo especialmente depois de fazer um baralho de Tarot. O Tarot mostrou ser para mim um processo muito mais simples visto que a sua estrutura, conceitos e simbologia são-me extremamente familiares, algo com que lido diariamente à mais de 30 anos. O Oráculo é como começar com uma tela vazia onde me compete criar tudo, estrutura, conceitos, nomes e técnicas de utilização. Apesar de serem menos cartas (para já 52) a complexidade da sua elaboração mostra-se (para mim) muito mais exigente. Mas quem não gosta de um bom desafio?
Foi curioso como toda a estrutura geral, nome do oráculo e das suas iniciais 50 cartas me chegaram num sonho, assim...a papinha toda feita. Daqueles sonhos em que temos de acordar logo a seguir e escrever tudo para que nada fique esquecido. O que vale é que mantenho sempre um caderno e uma caneta ao lado da cama, para estes imprevistos. Foi intervenção divina? Um sopro no ouvido? Imaginação? Não tenho a resposta. Apenas sei que na manhã seguinte tinha pela frente a tarefa de criar um oráculo de 50 cartas, com uma estrutura bem definida e um nome a condizer "Clavis Dominus", chave-mestra em Latim.
Entretanto já acrescentei ao oráculo mais duas cartas, também estas chegadas em sonho e também me fizeram levantar a meio da noite para tratar do assunto. Hoje foi a mais recente, uma carta sem numeração, chamada "A Chave" cuja função é abrir e fechar a consulta com o sigilo "Revela", discretamente impresso na própria carta.
Uma outra particularidade deste oráculo é ser mágico, ritualista no seu uso, algo que não é característica minha na forma como lido com as cartas, sou mais prática, terra-a-terra. Por vezes dou comigo a pensar: "Mas para quê tanta complicação!!...Não basta tirar as cartas???... É mesmo necessário cartas para abrir e fechar a consulta, sigilos, pendulo, chaves, cartas de decreto?!!!!". Mas é assim que me chega, é assim que deixo ficar, como fluir.
Será que este oráculo é mesmo meu? E se não for meu será de quem? Vou assiná-lo como meu nome? Ou com o nome "Não sei de quem"? São estas as questões por onde deambula o meu pensamento ao longo de todo este processo.
Sei que muitos não acreditam na minha história ou acham que é uma estratégia de marketing para vender baralhos. Pois olhem que para marketing sou uma nódoa, nunca conseguiria engendrar uma história destas se fosse esse o objectivo e está é a verdade de como surge este oráculo na minha vida. Não tenho como o provar nem sinto necessidade de o fazer e nem sequer tenho um baralho para vender neste momento. Ainda falta um longo caminho para estar concluído, parece-me que ainda terei de escrever um tratado sobre as formas de utilização do oráculo.
Entretanto, para quem se interessar, abri um grupo no facebook chamado "Clavis Dominus" onde podem acompanhar esta aventura. Estando lá não assumem nenhum compromisso em adquirir o baralho. É unicamente para quem quiser acompanhar esta aventura e seguir comigo neste trilho tão curioso, misterioso e mágico que tanto me surpreende.