Elementality Tarot de Paula Netto

21-05-2022

Autor da análise: Miguel Santos. Era com uma enorme expectativa que eu aguardava para ter em mãos este baralho de tarot, Elementality Tarot, criado em 2020 pela Paula Netto.Por ser um baralho em português e feito em Portugal, que ainda é uma raridade hoje em dia, por ter sido idealizado por uma pessoa que estuda e trabalha com o tarot há mais de 30 anos e pelo conceito das cartas, a energia dos elementais da natureza.Logo à primeira vista, perdi algum tempo com a caixa, porque os olhos também "comem" e é a primeira face com que nos deparamos. Esta está muito bem conseguida, com uma imagem extremamente apelativa, leve e inovadora, que permite identificar perfeitamente o seu conteúdo.As cartas são de um papel muito bom, têm o tamanho dum deck regular, deslizam facilmente quando são baralhadas (deve ser ótimo para quem baralha à jogador de poker) e as cores são intensas, vibrantes e apelativas. Aprecio muito também o facto da designação de cada uma das cartas estar contida numa faixa na margem inferior, sem estar misturada com a cena.Sendo um baralho de tarot, temos 78 cartas, 22 arcanos maiores e 56 arcanos menores. Além disso, apresenta ainda duas cartas extra: uma que contém os agradecimentos aos autores das imagens e outra com uma tiragem para quem quiser experimentar (tiragem que eu gosto) e os contactos.Os arcanos maiores estão muito bem conseguidos, mantendo uma estrutura que nos remete para o RWS, mas com cenas e personagens bastante diferentes, muito ao estilo do mundo encantado dos elementais. A autora foi sublime na criação de cada uma destas 22 cartas, tendo mesmo atribuído nome diferente à carta d'O Diabo, que passa a ser O Sátiro (arcano XV). A influência dos 4 elementos e dos elementais salta à vista em cada uma das 22 cartas dos arcanos maiores, o que as torna diferentes da grande maioria.Os arcanos menores são excelentes. As cores escolhidas, a conexão com os elementais e com os 4 elementos, água, terra, ar e fogo, são ímpares. Temos duendes, fadas, dragões, um enorme imaginário que faz com que olhemos para as cartas não só através dos conceitos tradicionais, mas também apelando à imaginação e à intuição para sair do convencional. Curiosa também a tendência para a não atribuição de género nas personagens, algo que o torna bem atual. As cartas da corte passam também a ter novos nomes. Em vez do tradicional Valete, Cavaleiro, Rainha e Rei, passamos a ter, respetivamente, Sonhador, Explorador, Guardiã e Mestre.Sucintamente, estamos perante um baralho inovador, original, sublime e encantador. Apela aos nossos sentidos, à nossa intuição e permite-nos "sair da caixa" e ver mais além do tradicional. Um ótimo resultado e um trabalho muito bem conseguido.

Crie o seu site grátis! Este site foi criado com a Webnode. Crie o seu gratuitamente agora! Comece agora