O meu Tarot

05-10-2019

Para mim o Tarot é uma arte. Desde a criação artistica das cartas, passando pelo seu fundamento histórico até á capacidade de estabelecer um diálogo com elas. Um baralho de Tarot que converse connosco é o "telefone para o Universo". Atravez dele é-nos dada a possibilidade de conhecer a nós mesmos, aos outros e o próprio funcionamento do Universo.

Vai muito para além de uma carinha laroca a fazer lives no facebook, a responder a questões superficiais sobre o dia-a-dia na ansiosa busca de saber se "o ex vai voltar". O Tarot tem a capacidade de nos conduzir pelas entranhas do nosso ser, não de nos informar se o ex volta, mas mostrar o que dentro de ti mexeu para que ele se fosse. Aqui sim podemos trabalhar internamente para alterar algo dentro de nós e da próxima tudo correr melhor. Mas isso nem sempre é agradável, é sempre mais simples lançar as culpas para o exterior do que nos vermos confrontados com os nossos próprios defeitos e falhas. Então o tarólogo de sucesso acaba por ser aquele que diz o que agrada ao seu cliente independentemente do que está nas cartas, aquele que é conivente com a vontade do outro que lhe dá umas palmadinhas no ego em vez de fornecer as ferramentas para que o cliente possa alterar certos padrões que o estão a prejudicar em algum aspecto da sua vida. Esta é a receita fácil.

Agora a "receita mais dificil" consiste em fazer uma leitura absolutamente neutra e conduzir o seu cliente para um processo em que as suas próprias opções, atitudes e padrões de pensamento possam ser conduzidos num sentido de sucesso que facilitem a sua capacidade de desbloquear situações menos favoráveis, aumentando as probabilidades de conseguir um desfecho alinhado com os seus desejos e ao seu bem maior. Mas para isso há muito trabalho pessoal por parte do tarólogo, muito estudo, muita prática sobre o seu ser interno, na exploração de si próprio, bem como o conhecimento profundo das indicações dadas pelas cartas, da sua simbologia arquétipa. Cada carta dá-nos um mundo de informações, por isso é fundamental conhecer a linguagem com a qual elas nos falam, não há outra forma. Não basta ter um dom, uma intuição ou vidência, se assim fosse nem seria necessário utilizar cartas, as respostas simplesmente fluiam, sem auxiliares. Agora é um facto que com a experiência se ganha uma certa acuidade para identificar certos padrões explicitos nas cartas, ganhamos o olho clinico para certas combinações que nos conduzem num determinado sentido interpretativo, talvez chamem a isso intuição, mas é uma intuição fruto do estudo e da prática do tarólogo, não uma inspiração divina.

Espero que este texto sirva para que o público ganhe discernimento sobre a arte do Tarot que a consigam ver não apenas como um acto de magia, esotérico e mistico, mas sim como o resultado de muito trabalho em diversos aspectos do Ser e Saber do próprio Tarólogo.

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