Rituais de Samhain

29-10-2022

Perto do 31 de Outubro vou dedicar algum tempo à explicação desta tradição, começando por firmar a sua origem na Europa Celta. Verdade, desengane-se quem acha que é uma imitação dos EUA. Também com este texto celebro a ancestralidade das nossas raízes em sintonia com a intenção deste momento do ano.

Samhain é o seu nome, na Ibéria chamavam-lhe Magusto e mais tarde, depois da Cristianização, surgiram os nomes Dia das Bruxas e Halloween nas línguas germânicas. Halloween é a junção de "All Hallows Eve", noite de todos os santos, já resultado do Cristianismo que usa o dia 1 de Novembro como "Dia de todos os Santos" com muitos costumes repescados do Samhain, tal como as crianças a bater às portas pedindo o "Pão por Deus". Estamos a falar do festival Celta que encerra a época das colheitas e a terra fica em descanso preparando-se para novas sementeiras, o encerramento de uma vida de actividades no exterior para um retorno ao interior para o longo Inverno, a morte do Deus Solar que voltará a nascer na próxima Primavera. É a passagem de ano pagã, o fim de um ciclo.

Neste dia o véu entre mundos fica mais ténue facilitando a comunicação com o além tornando-o propicio para honrar a ancestralidade, as nossas raízes que nos permitem existir hoje tal como somos, ou seja, o resultado de muitos que existiram antes de nós, os seus sacrifícios, amores e desamores. Sendo um final de ciclo é o momento para banir o que não queremos na nossa vida e pedir o que desejamos atrair.

Na Ibéria dos Celtiberos chamava-se Magusto, esta data foi originalmente aquele momento em que se assavam as castanhas na fogueira para partilhar com toda a comunidade. "Magnus Ustu" significa "Grande Queimada". A tradição incluía além das castanhas, vinho, pão e chouriço. Passou para 11 de Novembro, chamado dia de São Martinho quando se transitou do calendário Juliano para o Gregoriano em 1582, sendo esta tradição assimilada pelo Cristianismo que pretendia destituir qualquer tradição pagã. Era celebrado por Druidas ou Druidesas que foram denominados Bruxos e Bruxas com a sua conotação a força maléficas anti crísticas.

Porém podemos encontrar ainda hoje, por terras de Bragança a celebração desta data com a festa da "Cabra e do Canhoto". Por lá, dia 31 de Outubro há a cerimónia ritual de pôr-do-sol e ascensão da Lua, depois da qual se acende uma enorme fogueira onde se queima o Canhoto (demónio) e a Cabra sua comparsa para que não vá parir novos Canhotos. Não se assuste...o Canhoto é um enorme tronco de árvore e a cabra uma escultura em madeira e vime criada para o efeito. Segue-se a arruada dos gaiteiros que correm as ruas para espantar espíritos malignos. Tudo isto bem regado com comida e bebida.

Na Europa medieval inicialmente espetavam-se em postes as cabeças dos inimigos para desencorajar a entrada na aldeia dos espíritos malignos, com o passar dos tempos passou a usar-se cabeças de animais, ainda mais tarde pedras esculpidas, nabos e abóboras, vê agora de onde vem a associação da abóbora com o Halloween? As pedras esculpidas vieram também a ser usadas como gárgulas que ainda hoje encontramos no alto de edifícios antigos e Igrejas, também com a função de afastar o mal. As pessoas pintavam as caras de forma a afastar esses mesmos espíritos malignos que de outra forma poderiam prejudicar a presença e celebração com os seus antepassados. Era hábito deixar lugares postos na mesa com alimentos para receber os familiares já partidos e ter a família completa à mesa enquanto as pinturas, nabos e abóboras afastavam os espíritos indesejáveis.

Quando milhares de Irlandeses emigraram para o Novo Mundo em busca de riqueza e vida melhor, carregaram consigo esta tradição e num processo de aculturação com o povo dos Estados Unidos tornou-se o que hoje conhecemos como Halloween.

Sendo assim, penso que é de fácil entendimentos como esta festa é nossa, faz parte das nossas raízes e não apenas uma modernice copiada das américas como tantos a definem.

Se quer celebrar o seu Samhain: Confeccione uma receita dos seus antepassados e partilhe-a com família e amigos, lembre-se deles, honre o que aconteceu no passado que conduziu à sua própria existência. Queime o que já não quer na sua vida e faça pedidos para o novo ciclo.

Um feliz Samhain para todos!

A corda de Bruxa

Trançar uma Corda de Bruxa (Witch's Cord) é um ato tradicional na noite do Samhain. Elas simbolizam o cordão que liga todos nós ao Outro Mundo, além de serem uma representação simbólica do cordão umbilical que traz todos à vida terrestre.

A Corda de Bruxa é confeccionada utilizando cores apropriadas que simbolizem aquilo que se quer atrair para a sua vida no ano mágico que se inicia. Por isso escolher a cor ideal para confeccionar sua Corda de Bruxa é essencial:

Branco: Para harmonia.

Vermelho: Para afastar os inimigos, vencer os obstáculos, atrair garra e coragem.

Laranja: Para sucesso e prosperidade.

Rosa: Para atrair amor.

Preto: Para protecção e afastar o azar.

Verde: Para abundância.

Amarelo: Para atrair saúde e ter sorte no comércio.

Caso sua necessidade seja maior do que apenas uma cor lhe pode oferecer, você poderá escolher até três cores diferentes que representem os seus desejos para o próximo ano.

Pegue três fitas na cor ou cores escolhidas e corte-os na medida da sua altura. Então comece a trançar os fitas, sempre mentalizando aquilo que você quer atrair para a sua vida, pedindo que a Deusa e que o Deus lhe auxiliem e abençoem a corda que você está trançando.

Quando tiver terminado, costure ou cole alguns símbolos no decorrer da corda que representem o seu objectivo. Por exemplo: corações para amor; moedas para prosperidade, etc.

Coloque a sua Corda sobre o seu Altar durante a celebração do Sabbat e consagre-a durante a cerimónia.

Pendure a sua Corda de Bruxa em um lugar de sua casa e, sempre que visualizá-la, lembre-se dos objectivos que o motivaram a confeccioná-la. Assim sua vontade será activada.

(fonte: WICCA A Religião da Deusa de Claudiney Prieto)

Queima de pedidos

A Queima de pedidos é um dos rituais tradicionais de Samhain. Nele banimos tudo o que tivemos de negativo e pedimos o que queremos atrair de positivo para o ano mágico que se inicia.

Para isso você vai precisar de:

Dois pedaços de papel em branco;

Um lápis;

Álcool;

Folhas de louro;

Seu Caldeirão.

Num dos papéis escreva tudo aquilo que você quer afastar de sua vida: obstáculos, doenças, pessoas indesejadas, dificuldades, etc.

No outro escreva tudo aquilo que você quer atrair para a sua vida: saúde, prosperidade, amor, sucesso, etc.

Seja bem específico em seus pedidos e não se esqueça de no final assinar e colocar a seguinte frase: Que tudo isso seja correto e para o bem de todos.

Coloque um pouco de álcool no seu Caldeirão, acenda-o e jogue o primeiro papel, aquele que contém as coisas que você quer afastar, no fogo. Enquanto o papel queima, mentalize o mal sendo afastado. Peça à Deusa e ao Deus que todas as forças negativas sejam anuladas e que o mal seja banido.

Espere o fogo acabar, então coloque um pouco mais de álcool no Caldeirão, tomando o devido cuidado, pois o álcool quando colocado em um recipiente quente evapora e pode entrar em combustão espontaneamente. Jogue então o segundo papel, aquele que contém as coisas que você quer atrair para a sua vida, no fogo. Coloque as folhas de louro nas chamas, sempre mentalizando as boas coisas que você quer atrair para a sua vida.

Quando o fogo acabar, concentre-se na fumaça, provocada pelas folhas, subindo os céus, e peça que seus pedidos se elevem ao mundo dos Deuses.

Tiragem dos ancestrais

1 - A minha herança

2 e 3 - Lição geracional

4 e 5 - O que me deram

6 e 7 - Como honrar o legado

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