Taralogando!

24-11-2020

Porque é que para alguns o Tarot e outros oráculos são algo tão profundo e fascinante?

A razão é simples. Todas estas artes se relacionam com as questões primordiais da humanidade: Quem sou? De onde venho? Para onde vou? Quais as leis que regem a vida? Vão lá bem profundamente tocar na curiosidade do saber, do compreender o nosso papel neste mundo tão complexo. Isto leva a que o espírito de explorador existente em cada um de nós se aprofunde neste estudo, nesta pesquisa infindável. Existe em paralelo a riqueza histórica, artística e filosófica onde todo este conceito de oráculos se insere. Ao procurar saber mais sobre Tarot vimo-nos enredados em diversos conceitos de época culturais, religiosos e sociais que vão sendo acompanhados pelo aspecto artístico de cada baralho e tudo isso afere com o conceito atribuído a cada carta. Há tanto a saber sobre as artes oraculares que costumo dizer que é um estudo para a vida, possivelmente para várias vidas.

É para mim muito triste verificar que a maioria estagna no básico da compreensão destas ferramentas. Não vão mais além do que lhes trás uns trocos para a carteira com umas consultas básicas e superficiais. Como se o Tarot se limitasse a responder sobre a vida do ex namorado ou do marido da vizinha. É de tal forma que nem existe literatura em Português que permita sair deste básico, o pouco que vai um pouco além, entra no campo dos dogmas e do "tem de ser, é obrigatório, inflexível" quando na realidade o Tarot é elástico, fluido, livre, pessoal. Cada um cria o seu método de "dialogar" com as cartas sobre a estrutura de conhecimento que possui. Quando essa estrutura é frágil, a consulta é fraca, mas suficiente para alegrar o consultante que procura o trivial e alimento para o ego. Depois há os que se intitulam médium videntes que nem precisam estudar nada de nada, soltam umas cartas e dizem meia dúzia de baboseiras. Podem ter a mediunidade toda, mas sem conhecimento que estruture os seus atributos vale zero.

Mas isto acontece porquê?

Faz muitos anos que alimento o gosto pelo Tarot em diversos grupos de redes sociais, tentando despertar o "ir mais além" dos seus participantes. No entanto noto que com o passar dos anos essa "vontade de saber" está cada vez mais a decair, não há curiosidade para lá das suas situações particulares. São muito poucos os que mostram interesse pelo saber que pesquisam, procuram e contribuem com trabalho feito. E isto não acontece apenas nos grupos que administro, mas em praticamente todos, é geral, o que torna o Tarot, bem como todas as artes Oraculares numa ferramenta "de trazer por casa", mal usada e mal compreendida.

Vamos lá mudar...acordem, vamos trabalhar o Saber, não deixem este legado ir pelo cano da preguiça. Se tem um baralho de Tarot, tem um diamante de conhecimento na sua mão, não o deixe ir pelo ralo.

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